A chegada do coronavírus ao Brasil escancara as desigualdades sociais, étnico-raciais e de gênero e as condições precárias de vida a que estão submetidas parcelas imensas da população brasileira. Evidencia a grave crise político-institucional, o desmonte do Sistema Único de Saúde, e do sistema e programas de segurança alimentar e nutricional, o que compromete a capacidade e agilidade das respostas emergenciais diante da crise. À incompetência do governo federal de enfrentar esta grave crise, soma-se a ausência de diálogo, que se expressa na extinção e/ou abandono dos conselhos, e a incapacidade de construção de soluções capazes de atender a demanda do povo, dos sujeitos de direito.
Por estas razões as organizações, coletivos e movimentos que compõem a comissão organizadora da conferência popular voltam sua atenção para estratégias de enfrentamento da pandemia. Nos pronunciamos inicialmente através da carta Garantir o direito à alimentação e combater a fome em tempos de coronavírus_, que foi assinada por mais de 150 movimentos/ organizações, e apresentou um amplo conjunto de propostas de combate à fome a serem implementadas, em caráter urgente e emergencial, pelos governos nas esferas federal, estadual e municipal.